Queridos Gêmeos - Harry Styles - Capítulo 3


Harry
Fiquei chateado quando ela desligou na minha cara e quando ela mencionou o divórcio, meu coração parou. Entendo que eu sou o maior culpado de tudo isso ter acontecido, mas eu nunca me senti tão arrependido com algo na vida.
Me lembro bem do que aconteceu. Eu estava bêbado e morrendo de saudades de tê-la. Eu não podia simplesmente chegar em casa e tê-la, ela estava grávida e sensível em todos os sentidos. Precisava de muito cuidado.
A dor de a ver chorar eu ainda posso sentir. Mas eu reconheci meu erro e não consiguia dormir pois precisava dela comigo. Eu precisava dela ali, para dormir abraçada a mim. Precisava dormir sabendo que ela estava bem.
Deitado no sofá, eu mexia em minhas redes sociais já que não tinha nada melhor. Passando pelas fotos gerais do Instagram, parei numa foto dela e sorri. Era recente e pelo jeito havia recebido minhas coisas. Estava sorridente e a legenda dizia "Keep Calm, estão chegando!". Estava perfeito, mas algo me incomodava naquela foto: Gabriel. Ele estava junto com ela e a abraçava de lado enquanto segurava a câmera. Respirei fundo e bloqueei a tela.
Sobre a minha passagem, tentei reserva-las para o dia seguinte de manhã, mas mão consegui. Eu partiria apenas oito da noite e provavelmente chegaria lá na manhã do parto.
Não podia mentir, estava muito nervoso e ansioso para conhecer meus primeiros filhos. O meu maior medo era não ser presente para eles o suficiente e que aquele amigo idiota dela substitua meu papel como pai na vida deles. Eu nunca permitiria isso, jamais.
Enquanto eu pensava, recebi um email do tal detetive e li com cuidado.
"Nada é certeza, mas ele vai morar com ela até ela ser capaz de criar os filhos sozinha."
- Só pode estar brincando. - Me levantei rápido do sofá. Respirei fundo e voltei a ler.
"O rapaz assistirá o parto caso o pai não apareça com antecedência de meia hora."
- Que absurdo! - Falei furioso quase jogando o celular para longe. - Eu sou o pai, não me interessa se vou chegar cedo ou não. Os filhos são meus! Esse cara não vai tirar o meu lugar como pai, nem como marido, nem o que quer que seja! - Falei quase gritando. - Eu vou recuperar a minha mulher.
(SeuNome)
Assim que acordei, vi Gabriel me filmando com uma câmera.
- O que está fazendo? - Me levantei devagar e preguiçosamente.
- Te filmando. Você vai sentir saudades desse dia, pode apostar. - Sorriu. - E também tem algumas pessoas pedindo incansavelmente pelo Twitter.
- O que? - Me assustei e tapei o rosto. - Desliga isso! - Joguei um dos travesseiros na câmera e a mesma caiu e desligou.
- Que mau-humor! - Me olhou estranho. - Agora se levante, temos que ir.
- Estou começando a gostar da ideia de ver meus filhos amanhã. - Sorri boba. - Como será que eles vão ser?
- Provavelmente iguais ao pai. - Falou sem pensar e logo o olhei feio.
- Meus filhos não serão cafajestes e traidores!
- Se acalme. - Se aproximou e acariciou meu rosto com cuidado. - Eu quis dizer que serão como ele na aparência.
Mesmo compreendendo o sentido, revirei os olhos e o ignorei levantando da cama. Eu não iria discutir com ele, de jeito nenhum.
Assim que cheguei no hospital, andei sozinha até a recepção sendo acompanhada por Gabriel que levava a bolsa das crianças. As pessoas me olhavam curiosas e admiradas assim que percebiam a minha barriga. Eu não esperava nada diferente, não é todo dia que se vê uma barriga como aquela.
- São pesados? - Uma mulher se aproximou admirada.
- Sim, mas ando tanto que já me acostumei. - Sorri gentilmente.
- Quando nascerem, você vai estranhar ficar em pé.
- Nunca pensei por esse lado, mas tem razão.
Logo após o diálogo, não demorei a ser internada. Gabriel estava ali, o tempo todo comigo dentro do quarto.
O tempo passou e já estávamos próximo do fim da tarde. Eu estava absurdamente nervosa e isso era tão perceptível quanto areia no deserto.
Gabriel saiu para jantar e eu fiquei ali sozinha. Quando menos percebi, um doutor entrou.
- Olá, mamãe. - Ele sorriu.
- Oi. - Sorri também.
- Tenho notícias. - Se aproximou.
- Quais? - O olhei curiosa.
- Teremos que optar por uma cesariana.
- O que? - Meu coração praticamente parou. - Mas eu achei que seria um parto normal.
- Nossos exames constataram o seu problema de pressão.
- Sim, eu tenho. Mas os doutores disseram que isso não iria interferir. - Continuei apavorada.
- Só se quiser morrer. - Deu ombros. - Não podemos aderir a esse tipo de parto, me desculpe. - Saiu.
Meu coração começou a palpitar muito rápido e minha respiração até chegou a falhar. Eu morria de medo de cirurgias, eu mal conseguia pensar com coerência. Foi muito rápido, peguei meu celular e tentei discar o número Harry, mas estava fora de área. Eu não sabia o que fazer, o desespero estava a mil.
Harry
Eu estava sentado no banco do aeroporto esperando meu vôo ser chamado enquanto olhava em volta. Senti meu celular vibrar e imediatamente o peguei e vi que ela havia me mandado algo, um vídeo.
Imediatamente abri o vídeo e ela começou a falar.
"Primeiramente eu queria dizer que não quero te ver nem com diamantes colados no corpo. Mas eu estou muito desesperada... - Suspirou. - Acabei de descobrir que terei que optar por uma cesariana e você sabe o quanto odeio cirurgias. Meu coração está acelerado e duvido que vou conseguir dormir, mas eu não tenho escolha. Estou apavorada, mas não tenho o que fazer. Pensando bem, foi uma atitude idiota fazer esse vídeo- Suspirou novamente. - Até logo."
Respirei fundo e joguei a cabeça pra trás. Ela podia tentar negar, mas eu sabia o quanto me queria por perto.
Ouvi a chamada do meu vôo e não pensei duas vezes antes de me levantar e ir.
No avião eu não parava de pensar em como ela estava, se estava nervosa ou não. Nesse pouco tempo que fiquei sem ela, a minha vontade de beijar e abraçar aumentou, isso é estranho já que sempre estive em turnê. Mas a diferença é que antes eu sabia que quando a visse poderia beija-la, mas naquela situação eu mal podia dirigir uma palavra a ela.
No momento eram nove horas, seriam quase onze horas de voo. Eu não via nada dali, apenas o reflexo da lua no mar, o que me fazia pensar ainda mais nela. Eu não teria outra escolha, a não ser dormir, era a única forma de não pensar nela, isso se não estivesse em meus sonhos.

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