Queridos Gêmeos (Harry Styles) - Capítulo 10


Harry
Passei eternas duas horas procurando aquele lugar e quando o encontrei, pedi até para falar com o sindico. Porém, infelizmente ninguém se mudava para lá há oito meses. Não posso mentir, fiquei muito triste com a notícia.
- Eu sabia que aquela velha estava maluca. - Suspirei e me joguei no sofá. 
Por que ela mentiria pra mim? Sempre nos entendemos muito bem.
Ainda com milhares de dúvidas, ouvi o meu celular tocar. Olhei bem o visor e notei que era a minha mãe.
- O que foi? - Eu estava um pouco alheio.
- Pensei que tivesse te educado melhor. - Falou seria.
- Me desculpe, estou um pouco fora do ar.
- Tudo bem. - Disse calmamente. - Como vai?
- Achei que tínhamos combinado de você não me fazer essa pergunta.
- Perdão, é inevitável. - Suspirou. - Você ainda está daquele jeito, meu filho?
- Mãe, esse assunto não. Por favor.
- Ok, já entendi! Só liguei para te avisar que a festa da família será em breve. Você vai vir, não é?
Respirei fundo, droga. Eu gostava sim da minha família, mas eu também sabia que assim que eu colocasse meus pés naquela festa, me encheriam de perguntas sobre meus filhos, minha separação e milhares de tormentos. Mas se eu não fosse, minha mãe ficaria muito chateada.
- Claro. - Ri fraco.
- Ótimo, te espero. Beijos e melhoras. Te amo.
- Eu também.
Assim que ela desligou, continuei sentado no sofá para voltar aos pensamentos. Mas infelizmente - ou não - fui interrompido pela campainha. Preguiçosamente, me levantei e fui atender.
- O que você quer? - Olhei Ben parado ali.
Ben era um bom amigo que eu tinha conhecido há pouco tempo. Um cara bem divertido, mas insuportável quando queria.
- Preciso falar com você.
Sem demorar abri espaço, então ele entrou e se sentou.
- E então? - Parei em sua frente.
- Eu vi uma garota... - Ele suspirou.
Não pude deixar de revirar os olhos e cruzar os braços. E lá vamos nós de novo.
- E tenho certeza que você a conhece. - Respirou fundo e eu o olhei curioso. - Cabelos castanhos, estatura média, olhos bonitos, mãe de gêmeos... É ela.
Suspirei. Eu podia sim acreditar, mas eu já tinha ouvido essa história há algumas horas atrás de uma chinesa biruta.
- Por que está me olhando como se eu fosse maluco? - Me olhou confuso.
- Primeiro, você nunca a viu na vida Ben. Segundo, já me disseram isso hoje e eu comprovei que não é verdade. E terceiro, ela me ligaria se viesse.
- Cara, eu a vi! Acha que eu não a reconheceria depois de ver milhares de fotos dela nesse apartamento? Sem contar que ela tem um corpo maravilhoso. Bem que você falou... - Provavelmente falou as últimas frases sem pensar, mas eu duvido.
- Ei, olha o respeito. - O olhei feio.
- Cara, eu juro. - Me olhou sério. - Eu sei o quanto isso importa para você, eu não iria mentir.
- Tá. - Suspirei vencido. - E onde você viu?
- No meu prédio. - Deu ombros.
Ele morava no Bayswater.
- Cara, eu já fui para lá. - Revirei os olhos. - Ninguém se muda para lá há meses!
- Eu me mudei o mês passado. - Me olhou confuso. - Quem te disse isso?
- O sindico.
Ele riu debochado e eu fiquei olhando ainda sério.
- O sindico nem está na cidade, cara.
Então quem foi o tapado que me disse aquilo?!
Ben, me leva para lá agora.
- Ok. - Se levantou.
- Espere. - Parei. - Tenho que pegar uma coisa.
Você
A noite já caía e as crianças já estavam finalmente dormindo. Devia ser umas oito horas aproximadamente. Gabriel estava descansando no meu quarto, então além da televisão, nada mais fazia barulho na casa.
Com o apartamento escuro, eu prestava toda a atenção no programa que passava. Não era tão interessante, mas era o melhor que eu teria achado.
Jessie estava tirando uma boa soneca no meu colo. Há algumas semanas, aquilo já havia virado rotina. Estava mal-acostumada, mas eu gostava disso. Passei levemente o dedo contornando seu pequeno rostinho e sorri. Por mais que fossem gêmeos, ela era quem se parecia mais com Harry.
- Minha princesinha. - Cochichei.
Enquanto eu a apreciava, ouvi batidas fortes na porta. Cheguei me assustar e temi que isso acordasse as crianças. Por conta disso, me apressei para atender.
- Pois não?
- Oi. - Uma garota sorriu. - Sei que está um pouco tarde, mas meus pais me pediram para te entregar isso. - Estendeu um vaso de flores.
Sorri para ela enquanto a mesma me olhava tímida.
- Obrigada.
Ela não demorou a sair e eu fechei a porta. Provavelmente era filha do simpático casal que conheci logo que me instalei no prédio. Eles trabalhavam numa floricultura e como boas vindas me prometeram um lindo vaso de cravos.
- São lindos cravos vermelhos. - Cochichei para mim mesma enquanto colocava o delicado vaso em cima da estante. Fora do alcance de gêmeos.
São iguais aos que eu sempre ganhava de aniversário. Harry sempre apreciou essas flores e sempre dizia que aquelas eram as flores que foram feitas especialmente para mim. É, são lindas.
Novamente a batida da porta soou e eu fui interrompida da minha bolha de pensamentos. Suspirei e ainda com Jessie no colo, fui atender.
- Pois não? - Repeti cansada.
Assim que olhei para aqueles olhos novamente, o meu coração parou. Depois de quase onze meses, nos encontramos outra vez. Seu cabelo estava mais longo, assim como eu vira numa revista algumas semanas atrás. Ele estava bem ali na minha frente, todo bem vestido. Estava maravilhoso e muito cheiroso por sinal. Mas além dele, havia outro rapaz ao seu lado.
- Oi. - Sorriu e posso jurar que senti minhas pernas amolecerem.
- Oi. - Respondi ainda perplexa.
Como ele sabia que eu estava aqui? Eu só iria ligar e avisar quando o aniversário das crianças estivesse próximo!
Isso só pode ser uma brincadeira de muito mal gosto, destino. Isso não foi engraçado!


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